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Há algo muito errado nas
políticas econômicas do nosso país... Não apenas pelo fato de que o PIB cresceu
apenas 0,9%... Mas sim pela análise dos setores que tiveram alta com relação ao
ano passado e também dos setores que apresentaram baixa. O que puxou o PIB foi
o consumo das famílias (3,1%), os serviços (1,7%) e as despesas do governo
(3,2%). Já o que derrubou o PIB foram os resultados da Indústria (-0,8%), da
Agropecuária (-2,3%) e Investimentos (-4%).
Parece-me algo muito
errado o fato de que o PIB tenha sido “salvo” apenas por indicadores de
consumo, de gasto! Ora, mesmo que os serviços tenham tido um aumento, não
podemos considerá-los como resultado de alguma política econômica uma vez que
esse setor demonstra crescimento histórico em todos os países do mundo desde a
década de 70. Portanto é uma tendência mundial, não indicador de eficiência.
Sendo assim, nosso PIB positivo se deve a questões “consumistas”, que não geram
um efeito prático. Vejamos: esse consumo
diminui a poupança (portanto, investimentos de famílias e governos), porém pode
aumentar a receita de empresas que vendem para esse consumo. Aumento de
receitas pode significar aumento de lucros, mas não é necessariamente aumento
de investimentos. Creio que esse movimento é uma paródia da tese monetarista
dos resultados do aumento da quantidade de moeda na economia.
Já os movimentos de queda
foram assustadores.E justamente nos setores mais importantes, aqueles que se
destacam no PIB de um país que se pretende grande: tanto a industria e os investimentos quanto o setor da agricultura (que, no caso
brasileiro, sempre brilhou, seja no PIB seja na balança comercial).
A análise dessas quedas
nos dá algumas dicas daquilo que virá no futuro. A agricultura tem tudo pra se
recuperar e voltar a ser a menina dos olhos do PIB e da Balança Comercial, até
por que seus números negativos foram influenciados por questões de queda de
preços de commodities e por seca. Claro que também houve decisões erradas de
produtores, como diminuição da área plantada de laranja e soja, mas não creio
que tudo isso seja muito preocupante. De fato, acredito em rápida recuperação
da agricultura em 2013.
A indústria e os
investimentos também tem tudo para se recuperar nesse ano. Mas vejamos caso a
caso, pois não temos, aqui, razões para comemorar: Os investimentos caíram com
relação ao ano passado, fato. Porém, esse fato nos traz duas notícias boas. A
primeira: Mesmo com retração, não houve queda no emprego nesse setor. A segunda:
Houve em 2012 um aumento na compra de máquinas e equipamentos. Estes produzem
produtos que todos compramos. Logo, podemos perceber que os empresários apostam
num aumento da demanda em 2013.
A indústria, mesmo com a
retração, apresentou crescimento pois, trimestre por trimestre de 2012, houve
aumento nos seus índices. Assim, juntamente com aquele crescimento de compras
de máquinas e equipamentos descritos no parágrafo anterior, podemos pensar numa
retomada do crescimento do PIB de 2013 e acreditar no Mantega quando ele diz
que o crescimento no Brasil neste ano será por volta de 4%.
Porém, ah porém, há um
caso diferente diria Paulinho da Viola. Mesmo com o irritante vício do ministro
Guido Mantega em errar, creio que dessa vez ele está certo. O Brasil crescerá
mais esse ano, e provavelmente vai crescer ainda alguns anos. No entanto, será
um crescimento insustentável. Muitas empresas visam apenas os grandes eventos
que aconteceram no Brasil, e creio que os investimentos são apenas de curto
prazo. Afora isso, o que está crescendo no Brasil é o consumo. A ascensão dessa
nova classe média se reflete no consumismo, não no investimento. Além disso, o que guia o governo são seus
gastos, não os investimentos em infra-estrutura. Ainda somos dependentes de
estradas e caminhões!
Portanto, creio que o
Brasil terá um crescimento nos próximos anos. Todos os índices acima descritos
terão incrementos. Porém, temo que a falta da cultura do investimento da
população, somada a falta de vontade política para investir naquilo que é necessário
ao país (infra-estrutura, ferrovias, estradas, transporte público, diminuição
da carga tributária) farão do nosso crescimento nos próximos anos um belo exemplo
do que é um voo de galinha em economia. Com a estrutura e intelecto atuais, é
melhor temermos pelo nosso médio e longo prazo.
Cristovam
Oi meu filho Cristovam
ResponderExcluirMuito sucesso no seu novo blog, meramente de pesquisas.
Que Deus ilumine sua vida
Beijos
Lua Singular
Olá, Cristovam!
ResponderExcluirSou seguidora do blog de sua mãe e vim espreitar o seu, logicamente.
O seu texto é bem virado para a economia (sua mãe me disse que você é Economista) e você fez uma análise muito criteriosa do que é a economia, em geral, e depois, se debruçou sobre a do seu país.
Historicamente, a economia tem ciclos, aliás, como outros setores, mas tudo indica que o Brasil não terá grandes oscilações na balança comercial.
Bom fim de semana.
Abraços da Luz.
Novo post no "Luzes e Luares", um dos meus dois blogs. Obrigada!
PS: olha, deixe eu dizer pra você, que quando deixamos comentário, aqui, temos de fazer a verificação de palavra. Desconhecia esse facto ou quer mesmo, que seja desse jeito?
Cristovam,
ResponderExcluirParabéns pela criação de um blog específico e desse calibre, como é o seu.
Agora, é só seguir e ter muito sucesso.
Abraços da Luz.
Oi Cristovam, Seja bem vindo a blogosfera!
ResponderExcluirNão encontrei a pagina de seguidores por aqui,
mas logo que colocar, será um prazer ser sua seguidora.
Bjos
Olá!
ResponderExcluirParabéns pelo seu blog e faço votos que o mantenha, sempre que possível, atualizado com novos indicadores económicos do seu país.
Um abraço cá do Algarve - Portugal
http://umraiodeluzefezseluz.blogspot.com