sábado, 2 de março de 2013

ANÁLISE DO PIB BRASILEIRO DE 2012



Imagem: http://www.paraiba.com.br/static/images/noticias/normal/1332445859789-dilma-e-mantega.jpg


Há algo muito errado nas políticas econômicas do nosso país... Não apenas pelo fato de que o PIB cresceu apenas 0,9%... Mas sim pela análise dos setores que tiveram alta com relação ao ano passado e também dos setores que apresentaram baixa. O que puxou o PIB foi o consumo das famílias (3,1%), os serviços (1,7%) e as despesas do governo (3,2%). Já o que derrubou o PIB foram os resultados da Indústria (-0,8%), da Agropecuária (-2,3%) e Investimentos (-4%).  
Parece-me algo muito errado o fato de que o PIB tenha sido “salvo” apenas por indicadores de consumo, de gasto! Ora, mesmo que os serviços tenham tido um aumento, não podemos considerá-los como resultado de alguma política econômica uma vez que esse setor demonstra crescimento histórico em todos os países do mundo desde a década de 70. Portanto é uma tendência mundial, não indicador de eficiência. Sendo assim, nosso PIB positivo se deve a questões “consumistas”, que não geram um efeito prático. Vejamos:  esse consumo diminui a poupança (portanto, investimentos de famílias e governos), porém pode aumentar a receita de empresas que vendem para esse consumo. Aumento de receitas pode significar aumento de lucros, mas não é necessariamente aumento de investimentos. Creio que esse movimento é uma paródia da tese monetarista dos resultados do aumento da quantidade de moeda na economia.
Já os movimentos de queda foram assustadores.E justamente  nos  setores mais importantes, aqueles que se destacam no PIB de um país que se pretende grande:  tanto a industria e os investimentos  quanto o setor da agricultura (que, no caso brasileiro, sempre brilhou, seja no PIB seja na balança comercial).
A análise dessas quedas nos dá algumas dicas daquilo que virá no futuro. A agricultura tem tudo pra se recuperar e voltar a ser a menina dos olhos do PIB e da Balança Comercial, até por que seus números negativos foram influenciados por questões de queda de preços de commodities e por seca. Claro que também houve decisões erradas de produtores, como diminuição da área plantada de laranja e soja, mas não creio que tudo isso seja muito preocupante. De fato, acredito em rápida recuperação da agricultura em 2013.
A indústria e os investimentos também tem tudo para se recuperar nesse ano. Mas vejamos caso a caso, pois não temos, aqui, razões para comemorar: Os investimentos caíram com relação ao ano passado, fato. Porém, esse fato nos traz duas notícias boas. A primeira: Mesmo com retração, não houve queda no emprego nesse setor. A segunda: Houve em 2012 um aumento na compra de máquinas e equipamentos. Estes produzem produtos que todos compramos. Logo, podemos perceber que os empresários apostam num aumento da demanda em 2013.
A indústria, mesmo com a retração, apresentou crescimento pois, trimestre por trimestre de 2012, houve aumento nos seus índices. Assim, juntamente com aquele crescimento de compras de máquinas e equipamentos descritos no parágrafo anterior, podemos pensar numa retomada do crescimento do PIB de 2013 e acreditar no Mantega quando ele diz que o crescimento no Brasil neste ano será por volta de 4%.
Porém, ah porém, há um caso diferente diria Paulinho da Viola. Mesmo com o irritante vício do ministro Guido Mantega em errar, creio que dessa vez ele está certo. O Brasil crescerá mais esse ano, e provavelmente vai crescer ainda alguns anos. No entanto, será um crescimento insustentável. Muitas empresas visam apenas os grandes eventos que aconteceram no Brasil, e creio que os investimentos são apenas de curto prazo. Afora isso, o que está crescendo no Brasil é o consumo. A ascensão dessa nova classe média se reflete no consumismo, não no investimento.  Além disso, o que guia o governo são seus gastos, não os investimentos em infra-estrutura. Ainda somos dependentes de estradas e caminhões!
Portanto, creio que o Brasil terá um crescimento nos próximos anos. Todos os índices acima descritos terão incrementos. Porém, temo que a falta da cultura do investimento da população, somada a falta de vontade política para investir naquilo que é necessário ao país (infra-estrutura, ferrovias, estradas, transporte público, diminuição da carga tributária) farão do nosso crescimento nos próximos anos um belo exemplo do que é um voo de galinha em economia. Com a estrutura e intelecto atuais, é melhor temermos pelo nosso médio e longo prazo.

Cristovam

5 comentários:

  1. Oi meu filho Cristovam
    Muito sucesso no seu novo blog, meramente de pesquisas.
    Que Deus ilumine sua vida
    Beijos
    Lua Singular

    ResponderExcluir
  2. Olá, Cristovam!

    Sou seguidora do blog de sua mãe e vim espreitar o seu, logicamente.

    O seu texto é bem virado para a economia (sua mãe me disse que você é Economista) e você fez uma análise muito criteriosa do que é a economia, em geral, e depois, se debruçou sobre a do seu país.
    Historicamente, a economia tem ciclos, aliás, como outros setores, mas tudo indica que o Brasil não terá grandes oscilações na balança comercial.

    Bom fim de semana.
    Abraços da Luz.

    Novo post no "Luzes e Luares", um dos meus dois blogs. Obrigada!

    PS: olha, deixe eu dizer pra você, que quando deixamos comentário, aqui, temos de fazer a verificação de palavra. Desconhecia esse facto ou quer mesmo, que seja desse jeito?

    ResponderExcluir
  3. Cristovam,

    Parabéns pela criação de um blog específico e desse calibre, como é o seu.

    Agora, é só seguir e ter muito sucesso.

    Abraços da Luz.

    ResponderExcluir
  4. Oi Cristovam, Seja bem vindo a blogosfera!

    Não encontrei a pagina de seguidores por aqui,
    mas logo que colocar, será um prazer ser sua seguidora.

    Bjos

    ResponderExcluir
  5. Olá!
    Parabéns pelo seu blog e faço votos que o mantenha, sempre que possível, atualizado com novos indicadores económicos do seu país.
    Um abraço cá do Algarve - Portugal
    http://umraiodeluzefezseluz.blogspot.com

    ResponderExcluir