Creio
que a maioria das pessoas que usam a internet viram ou ficaram sabendo desses
dois vídeos, mas assim mesmo farei um resumo: No primeiro uma senhora pobre,
beneficiária do Bolsa Família, reclama que o valor mensal do benefício
(que deveria ser voltado para a erradicação da fome e da pobreza extrema) não
dava para comprar uma calça para a filha, já que a roupa custa 300 reais. No
outro, um empresário esbanja toda a sua riqueza, mostrando sua Ferrari, seu
gosto “refinado” e os limites que impõe a si mesmo quanto o assunto é o gasto
em uma noite. Qual a relação entre eles? A relação entre eles é a seguinte: É o
Brasil!
Nosso
país é simplesmente a nação mais contraditória do planeta. E isso vem de
séculos. Temos coisas e condições maravilhosas que andam de mãos dadas com
coisas ridículas. Somos uma nação que, antes, conquistou a Independência sem
uma guerra sangrenta, ao mesmo tempo que se tornou uma nação comandada pelo
filho do rei que nos comandava anteriormente.
Agora, somos uma nação que deu ao mundo um fenômeno capitalista como
Jorge Paulo Lemann, ao mesmo tempo que demos a esse mesmo mundo o Eike Batista,
cuja carreira, hoje, em dia, nos permite dizer que sua maior conquista foi
mesmo a Luma de Oliveira.
E
qual é a grande contradição de hoje? Nossa contradição mais difundida, a nossa
âncora, o nosso ponto do meio, aquele que não permite ir pra frente nem voltar
atrás, é o Bolsa Família! Exato! Esse programa voltado para acabar com a fome e
a miséria extrema simplesmente não funciona se pensarmos em termos de um futuro
digno para a população em geral.
São
vários pontos que confirmam essa afirmação. Podemos usar várias frentes de
raciocínio para manter nosso argumento. Em primeiro lugar, podemos usar o
raciocínio econômico: O Bolsa Família se resume a um repasse de dinheiro para
uma determinada família que comprove ter baixa renda. Ok, bonito. Porém, onde
esse dinheiro é gasto? O governo não liga. De fato, o pai de família pode pegar
esse dinheiro e gastar todo ele em um
bordel qualquer. Ou ainda pode gastar comprando roupas para a filha, mesmo que
uma calça jeans para uma moça de 16 anos custe mais de R$300,00. Perceberam a
falta de esperteza? O governo não é capaz nem de solicitar uma nota fiscal que
seja, algo que comprove que aquele dinheiro, de certa forma, entre novamente na
economia. Nada disso... O importante é o cidadão receber o dinheiro....
Podemos
também utilizar um aspecto psicológico para justificar nossos argumentos. Afinal,
por que não lembrar daquele velho ensinamento que diz que é melhor ensinar um
homem a pescar que dar-lhe um peixe? Há coisa mais verdadeira na sabedoria
popular? Claro que não há! Inclusive, um ex-presidente da Republica, em plena campanha,
criticou o presidente em exercício dizendo que esse tipo de benefício deixava o
“caboclo” preguiçoso, sem vontade de plantar macaxeira... Perfeito!
E
é neste ponto que as coisas ficam nebulosas para a nossa nação (incluindo aí as
próprias pessoas que recebem o benefício). Simplesmente dar uma grana para um cidadão
comprar comida para a família não passar fome é uma medida, entendo,
simplesmente emergencial. É algo que faz a fome ser amenizada no curto prazo,
porém não é capaz de exterminá-la a longo prazo simplesmente por que não
permite que o cidadão seja capaz de cuidar da própria família através do seu
trabalho. Como já foi dito anteriormente, o “cabra” fica, sim, com preguiça de
plantar macaxeira.
Isso
é tão nefasto, tão injusto, que eu lhe convido a se colocar nessa situação...
Já imaginou ser dependente de um cidadão que é dependente de esmolas do Estado?
Já pensou não ser capaz de sustentar a própria família e acabar dependendo da
boa vontade de políticos que não querem o seu bem estar, querem apenas o seu
voto?
Insisto:
Criamos uma geração dependente do Estado, sem vontade de crescer, sem vontade
de oferecer o melhor pra si e para os seus. Eles contabilizam essa esmola do
governo como algo obrigatório, o que mina sua vontade. Infelizmente, chegamos a
um ponto em que isso simplesmente parece não ter volta.
E
é por essas e outras que o crescimento do país é algo aleijado, é algo que
acontece. Segundo nosso próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, o
crescimento do país ocorre com as duas pernas mancas. E ele diz isso sabendo
que está no comando da economia há quase uma década!
Portanto,
não da para crer no país de forma macro, apenas de forma micro. Temos pessoas
trabalhadoras, temos mentes diferenciadas... Podemos chegar longe. Se quer
fazer algo pelo país, faça por você mesmo... Só assim você, e não a massa,
guiará a nação rumo ao primeiro mundo.
Cristovam
Ramos Neto
Nenhum comentário:
Postar um comentário