quinta-feira, 9 de abril de 2015

De quem é a culpa?



Essa semana o governo da presidente Dilma Rousseff sofreu mais uma derrota vexatória nesse ano. Convenhamos, é algo notório. Afinal, o partido que está no poder desde 2002 sempre desfrutou de um apoio político jamais visto desde o período da Ditadura... Mas parece que tudo desmoronou esse ano.
Em primeiro lugar, há uma derrota que, creio, seja uma das maiores da história das mobilizações populares no Brasil. E essa derrota não foi dos eleitores da oposição. No fundo, eles venceram (sejam eles eleitores da Marina, do Eduardo Jorge, do Aécio ou mesmo do cara do Aerotrem...). A oposição venceu por que esse governo, que ganhou no utópico mundo das promessas, acabou perdendo no real mundo dos fatos.
Vamos por partes. Antes de sairmos culpando eleitores que votaram na Dilma, vamos considerar o fato que, sim, a nossa presidente está fazendo, no momento, o que é certo. Mesmo que esteja corrigindo os resultados das políticas econômicas voltadas para o consumo que o seu próprio partido instituiu, o fato é que o país deve apertar os cintos.
Agora, voltando a culpa de cada um... Uma pessoa inteligente colocaria a culpa de todo esse aperto econômico no eleitor da Dilma? É claro que não! Eu que não votei nela não acreditava que a crise chegaria a esse ponto e que ela fosse obrigada a tomar essas decisões conservadoras! E se eu, que não votei nela, não acreditava nisso, imagine as pessoas que votaram de forma sincera nela, acreditando que ela tomaria medidas progressistas e que, como ela pregou, o aperto fiscal seria coisa dos malvados neoliberais do PSDB?
Por isso mesmo meus caros, Dilma e o PT praticaram estelionato eleitoral. Enganaram nós, da oposição, e principalmente, enganaram seus eleitores, enganaram uma maioria que acreditava nas ideias de igualdade social e progressismo. Enganaram toda a população quando disseram que jamais implementariam as medidas que estão implementando agora, que isso era coisa dos malvados tucanos.  A crise econômica atual não surgiu do nada, não surgiu em janeiro. Sendo assim, podemos tirar uma de duas conclusões: Ou o governo é incrivelmente incompetente a ponto de não prever essa crise ou é incrivelmente mentiroso a ponto de nos esconder a real situação econômica do país.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

O que é o Capitalismo? Parte 2 - O capitalismo nos ensina a sermos melhores.

Sim, o Capitalismo nos faz melhores. Tal qual a mãe que dá umas palmadas na criança quando esta faz cagadas. Sim, o capitalismo nos impõe uma enorme mão rígida e cheia de regras, ao mesmo tempo que não nos dá muito tempo para ter raiva dele. Avemos o capitalismo, esta mãe severa que nos faz trabalhar cada vez mais.
Quando nós pensamos sobre nossas perspectivas futuras, de certa forma pensamos o capitalismo. Do mesmo modo que, quando deixamos de ter uma vida fútil, deixamos de ser baladeiros, passamos a apenas pensar no trabalho, nos ganhos, na seriedade da vida. Fica claro que apenas passamos a ser capitalistas.
Neste ponto eu me sinto obrigado a dar uma brecha para os socialistas e anticapitalistas que, após lerem os primeiros parágrafos deste texto, certamente já estão raivosos e com a boca cheia de argumentos contra tudo que o capitalismo motivou durante séculos: guerras, escravidão, etc... 
Confesso ser difícil contra argumentar esses fatos com dados históricos, dados da mesma época. Porém, me sinto muito a vontade ao dizer que, apesar de tudo isso, o capitalismo acabou sendo o melhor sistema econômico já criado pelo homem.
Vamos por partes: o Socialismo é, em tese, a maior maravilha do mundo. Somente em tese. Lançando mão de um argumento relativamente bobo, ainda assim desafio os socialistas a me contradizerem: Se o socialismo é tão bom, por que tantas pessoas tentam fugir de Cuba todos os anos? E outra: sendo esse sistema tão bom, por que, historicamente, todos os governos que o adotam implementam políticas que impedem a fuga de cidadãos desse país? 
Pronto.Não preciso defender o capitalismo utilizando apenas os argumentos pró capitalismo. Basta mostrar o quanto o socialismo é pequeno e não tem nada a ver com o bem estar humano, uma vez que todos os governos socialistas da história foram pobres e assassinos.
Portanto, confirmo aqui o quanto o capitalismo é melhor. O capitalismo nos faz mais produtivos, mais preocupados com nossa situação e , consequentemente, com a situação de nossa família. O fato é que o socialismo nos faz pensar em trabalhar em prol de um monte de pessoas que nós sequer conhecemos, enquanto que o capitalismo nos permite trabalhar e pensar apenas nos nossos entes queridos. De qual lado você prefere estar?

Cristovam Ramos Neto

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

NOVA SÉRIE: GRANDES GUERRAS COMERCIAIS ! PARTE 1: COCA-COLA VERSUS PEPSI!

Vou estrear uma nova série aqui no blog...mesmo sabendo que sequer continuei minha série sobre o capitalismo... mas terminarei...enquanto isso, apresento-lhes uma das batalhas comerciais mais interessantes, virulentas e , ao mesmo tempo , interessantes e engraçadas da história: Coca versus Pepsi! Não preciso dizer muito sobre isso... Abaixo reproduzo matéria da revista Veja sobre o tema em terras tupiniquins...(origem aqui )... Além disso, vejam os vídeos e as imagens provocatória entre ambas...

A guerra dos canudinhos

A Justiça brasileira absolve a Pepsi em uma de suas mais longas batalhas judiciais contra a Coca no mundo

A rivalidade entre a Coca e a Pepsi é tão antiga que se confunde com a história das duas companhias. As brigas, já centenárias, com frequência extrapolam o âmbito comercial e chegam aos tribunais americanos e aos de outros países onde elas atuam. No fim do ano passado, a Justiça Federal no Rio Grande do Sul encerrou um dos mais longos capítulos dessa disputa. O caso remonta a 1972, quando a polícia apreendeu garrafas de Coca em uma fábrica da Pepsi. Os vasilhames eram, então, um trunfo valioso. Feitos de vidro, eles eram comprados uma vez pelos consumidores, que, depois, os devolviam e pagavam apenas pelo líquido. Sem as embalagens, as empresas tinham dificuldade de ofertar seu produto e podiam perder mercado. Em 1974, a polícia voltou a encontrar garrafas da Coca em estabelecimentos da Pepsi. A Coca acusou a concorrente de escondê-las. Mais: alegou que a Pepsi havia quebrado parte dos seus recipientes. A Coca alegou que o sumiço e a destruição de embalagens configuravam concorrência desleal e denunciou sua adversária ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A Pepsi foi condenada e multada em um julgamento que entrou para a história. Foi a primeira vez que o Cade, criado doze anos antes, puniu uma companhia.


O episódio, que ficou conhecido como Guerra das Garrafas, ganhou, agora, um novo desfecho. A Justiça Federal considerou que não havia provas contra a Pepsi, inocentou-a definitivamente e sentenciou a União a devolver à empresa o valor da multa que ela havia pago quase quarenta anos antes. Para a Pepsi, a compensação financeira não foi relevante. A empresa estima que receberá cerca de 5 milhões de reais. Ainda assim, a decisão motivou uma grande comemoração na semana passada. "Foi, sobretudo, uma vitória moral", diz o advogado Helio Faraco de Azevedo. As duas empresas continuam brigando em qualquer arena disponível no território nacional. Em 2006, a Coca denunciou a Pepsi ao Conselho de Autorregulamentação Publicitária (Conar) por causa de uma propaganda da Pepsi Twist. No filme, dois limõezinhos verdes caçoavam de outro vermelho, que fazia alusão à Coca. A peça foi alterada. Um ano depois, a Pepsi recorreu ao Cade para evitar que sua adversária efetivasse a compra da marca de chás Matte Leão. Ponderou que a Coca passaria a ter 70% desse mercado e assumiria uma condição próxima ao monopólio. O Cade autorizou o negócio, mas exigiu que a Coca deixasse a gestão da Nestea, produto que explorava com a Nestlé.




Casos como esses também estão na rotina das arqui-inimigas em outros países. Em 2002, elas travaram uma versão indiana da Guerra das Garrafas. As duas tinham um acordo de recolhimento mútuo de vasilhames. Uma vez por semana, as embalagens eram trocadas. A Pepsi denunciou às autoridades indianas que a Coca estava dando sumiço às suas garrafas. A Coca não só devolveu a acusação como afirmou que a Pepsi quebrava seus recipientes. Depois disso, elas retiraram as queixas. Ainda na Índia, a Pepsi acusou a Coca de copiar seus jingles e de tentar lhe roubar a condição de patrocinadora do campeonato local de críquete. Em 1998, nos Estados Unidos, a Pepsi alegou que a Coca tentava monopolizar o mercado local de máquinas de refrigerantes. Em 2009, a Pepsi queixou-se de uma propaganda da Coca que dizia que o Powerade ION4 era a bebida mais completa para atletas, porque possuía cálcio e magnésio – o que configuraria propaganda enganosa. Os tribunais deram ganho de caso à Coca porque, em 2004, a Pepsi disse a mesma coisa de seu Gatorade Endurance. É comum que empresas entrem em guerra. Disputas por patentes encetaram batalhas entre a Microsoft e a Linux, a Apple e a Nokia e entre a Bayer americana e a Bayer alemã. Nenhuma delas, porém, briga tanto como Coca e Pepsi.


Cristovam Ramos Neto

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

A SÍNDROME DA EXPERIÊNCIA NECESSÁRIA (OU SÍNDROME DA EXPERIÊNCIA QUE É DESNECESSÁRIA).



QUEM É O MELHOR NO TRABALHO? QUE TAL AMBOS? PORÉM, PARA O MERCADO, ME PARECE QUE A RESPOSTA É: NENHUM DELES.

Vamos falar de algo que me atinge diretamente. Vamos falar disso que eu chamo de Síndrome da Experiência (ou Síndrome da Experiência Desnecessária). Então, foi eu quem deu esse nome relativamente escroto... Sei que não sou ninguém, mas eu senti uma grande necessidade de dar um nome a algo...Já que não tenho cão, sequer tenho um bicho de estimação... E filhos então.... Sério, tinha que dar nome á algo... Por isso a minha prepotência inicial. E, se o caro leitor amigo me der o prazer de sua atenção, tentarei explicar o título que é totalmente contraditório. Ah, e tudo o que eu vou escrever, desde já contando com sua paciência, tem a ver comigo, repito.
Em primeiro lugar, por que isso de "Síndrome da Experiência? Simples: Quantas vezes nós que estamos á procura de uma recolocação profissional nos deparamos com uma vaga interessante, mas nem mandamos o currículo pois na descrição da vaga esta explícito a expressão NECESSÁRIO EXPERIÊNCIA ANTERIOR, MANDATÓRIO EXPERIÊNCIA NO CARGO E BLÁ BLÁ BLÁ... E para muitos de nós, que não temos essa experiência (mas assim mesmo nos candidatamos a vaga, afinal...vai que cola né?) essas expressões são tão explicitas que sentimos um verdadeiro tapa na cara, 
Cara, sério mesmo? É claro que o experiência é muito importante em qualquer carreira... Você que está lendo, é experiente e já está discordando das minhas pobres linhas já pode estar pensando em me arrebentar argumentando que uma sociedade extremamente evoluída e civilizada como o Japão trata seus idosos, ou seja, seus cidadãos experientes, basicamente como as pessoas mais nobres da sociedade. Concordo com o raciocínio, mas não é isso o que quero dizer.
O que quero dizer é que, caramba, é tão simples: Como você vai ter experiência se não tiver uma chance de começar? Realmente, não consigo entender... Claro que a experiência é importante, mas na história do capitalismo, muito mais importante que a experiência sempre foi o empreendedorismo. Alguém se lembra da história do Machado de Assis? Então, o Ministério da Trabalho, certa vez, publicou um anúncio no Correio do Povo, do Rio Grande do Sul, com os seguintes dizeres: “Você contrataria para trabalhar como gráfico no seu jornal um jovem negro de 16 anos, órfão,gago, epilético, com saúde frágil e baixa escolaridade?” E no final do anúncio vinha o arremate, já levando em conta que o leitor respondeu que não contrataria: “Que pena, você acabou de dispensar o Machado de Assis.”
Entenderam? Sei que fui mais fundo que o necessário ao citar essa propagando mas ela resume perfeitamente o que quero dizer. No fundo, essa propaganda ataca todos os preconceitos que temos em nossa sociedade. O negro ladrão, o cadeirante incapaz, o cara que não tem uma faculdade renomada no currículo... Isso não é citado diretamente, é apenas uma atualização do que aconteceria com Machado.
Sendo assim, no fundo, a questão da experiência acaba se transformando nisso: um preconceito bobo, improdutivo, Afinal. quantas pessoas estão prontas para trabalhar, tem idéias novas, tem inteligência E mais: O quanto em produtividade essas pessoas poderiam agregar na economia, apenas por que estão animadas com uma chance de trabalhar numa grande empresa? Pense bem nobre leitor e você acabará percebendo quanta energia e disposição nossas empresas jogam na boca do lixo, devido ao pensamento arcaico,  velho e ao mesmo tempo infantil, sem nenhuma perspectiva de futuro, de longo prazo...A experiência é ótima, mas que tal dar o mesmo valor para a disposição, a inteligência e a vontade de crescer?
Agora, sábio leitor, pelo que acabei de escrever é lícito que você suspeite que eu esteja fazendo uma dicotomia entre experiência e juventude. E, para acabar com sua suspeita, eu irei explicar a segunda parte do título deste pretenso a importante post...  Ao mesmo tempo que o mercado quer experiência dos jovens, ele não quer experiência de quem naturalmente a possui: os mais velhos! Olha que coisa mais bonita: você, que tem cerca de 30 anos, tem uma faculdade minimamente decente, estuda ainda, faz pós, tira certificados e tudo o mais, mas está amarrado em um emprego, digamos "meia boca", segundo suas convicções e qualidades, não vai ser contratado por que não tem experiência... Ao mesmo tempo que um cara, por volta dos seus 50 anos, que eventualmente perdeu o seu emprego não vai ser contratado exatamente por que... tem muita experiência! Brasil, Brasil e seu Capitalismo!
(Tudo bem que há dados que mostram que o emprego cresceu mais entre a faixa etária considerada "idosa", e a fonte dessa informação está aqui. Porém, os cargos em questão são majoritariamente operacionais, não diretivos (fonte aqui). Claro que acho esse movimento ótimo, mas também creio que os mais velhos podem dar maiores contribuições as empresas brasileiras. Contribuições essas em que eles usam o cérebro, exatamente devido a sua...EXPERIÊNCIA! Ah, e por favor, não me chamem de preconceituoso e, menos ainda, venham me dizer que eu acho que o trabalho cerebral é melhor ou mais importante que o trabalho manual... Ambos são trabalhos, importantes. E acho até que nada é mais prazeroso, para quem trabalha com o cérebro, fazer um bom trabalho manual de vez em quando. Que disse isso foi o próprio Deus...sério, veja esse vídeo e se possível, veja o filme...é sensacional!)
Portanto, gostaria de terminar esse texto, explicando a ultima parte do primeiro parágrafo que ficou sem nenhuma palavra elucidativa ainda: o que esse texto demasiadamente longo para o horário (estou escrevendo exatamente ás 11 e meia da noite...com o som de um jogo de futebol vindo da sala): O que isso tudo tem a ver comigo? Bom, é o seguinte; além de ter escrito o texto (dã!) eu estou passando exatamente por isso. Não sou jovem para ser recrutado como trainee nem como estagiário, mas não sou velho. Porém, estou naquela naquela massa que eu abortei aqui: os jovens que estão em empregos em que consideram não estar a sua altura. Conheço outros também. Tenho estudos e certificados, mas não consigo nada acima do que já tenho. Fico tranquilo em falar isso abertamente por que sou funcionário público, de uma cidade pequena. E todos sabem que, nessa situação, eu fico completamente amarrado. Sabe aquela coisa que vários entrevistadores querem saber: onde você imagina que estará daqui a cinco anos? Então, se eu não batalhar para mudar, você poderia me perguntar onde eu me imagino estar não daqui 5 anos, mas daqui a 30 anos: Estarei no mesmo lugar! Sentado na mesma cadeira, nas mesmas funções e com o mesmo salário. 
Mais uma vez, chamo a atenção de vocês: não estou reclamando do meu trabalho, que é ótimo, com um ambiente sensacional...Porém, há a estrutura burocrática do funcionalismo público que impede que o servidor cresça através da sua capacidade, resultados e profissionalismo... Pelo menos isso não vai ocorrer na estrutura de uma prefeitura de 35000 habitantes.
Pra terminar (é sério, já está longo demais...meu pai está me chamando para tomar uma cerveja...) insisto no fato de que não estou reclamando que o mercado é completamente preconceituoso e infantil com essa história de dicotomia relativa á experiência: boa num caso, ruim em outro, e justamente quando ela deveria ser ruim no caso dos jovens e boa no caso dos mais velhos (já expliquei o que eu acho sobre a determinação e inteligência dos jovens, tanto quanto expliquei o quanto um cérebro mais velho é muito mais útil que mãos mais velhas em uma empresa). Ou seja, reitero que não reclamo de nada disso! Se o mercado é assim, eu que tenho que adaptar! As chances estão dadas, e é isso p que eu vou fazer...take my chances! 

PS: LEVEI EM CONSIDERAÇÃO NESTE TEXTO UM FATO QUE OCORREU COM MINHA MÃE, QUANDO FOI A UMA ENTREVISTA DE EMPREGO E O ENTREVISTADOR DISSE QUE ELA NÃO TINHA EXPERIÊNCIA... ELA SIMPLESMENTE RESPONDEU: EU NÃO VIM AQUI OFERECER EXPERIÊNCIA, VIM OFERECER INTELIGÊNCIA...EM TROCA DISSO VOCÊS ME DÃO EXPERIÊNCIA... SIMPLESMENTE GENIAL, NÃO?


Cristovam Ramos Neto




sábado, 18 de janeiro de 2014

O que é o Capitalismo? Parte 1 – O Capitalismo é a Arte da Enganação (Por isso a Humanidade Evoluiu).



Tudo bem, tudo bem... Eu não sou burro, sei muito bem que escrever uma postagem tentando  responder o título-questão é pretensão demais, quiçá um retumbante erro. Porém, prefiro acreditar menos na suposta razão do senso comum e mais na ousadia da coragem.
Obviamente que aqui não discutiremos questões políticas, capitalismo x socialismo, esquerda  x direita... Trarei apenas o meu olhar sobre o sistema econômico que, convenhamos, melhor define a natureza do ser humano.
Vamos diretamente para o núcleo da coisa: o Capitalismo é a arte da mentira, é a arte da enganação. Simples assim. E é a constante prática dessa arte que desenvolve o Capitalismo. Você pode achar que o que eu estou dizendo é algo meio subversivo, de repente até mesmo ser coisa de um comuna qualquer. Nada disso! Explico depois os benefícios do sistema...antes, vamos ver a história da enganação.
Considerando o período pós Idade Média da Civilização Ocidental, a Humanidade criou ferramentas, composições musicais, pinturas, esculturas, descobriu e desenvolveu todas as Ciências de forma magnífica. A 5ª Sinfonia de Beethoven, a Mona Lisa de Da Vinci, a pintura da Capela Sistina de Michelangelo, as obras de Dostoiévski... São apenas alguns exemplos das maiores criações humanas... E eu questiono: alguma delas foi feita usando um celular de ultima geração? Ou ainda usando algum computador ou qualquer sistema eletrônico?
Não, não foram. Isso é uma forma de dizer que, no fundo, a humanidade não precisa de nenhuma forma de tecnologia para criar peças monumentais, coisas esplêndidas. Em contrapartida, parece uma burrice completa alguém aparecer e dizer que, no atual mundo globalizado, a humanidade não precisa de tecnologia.
É claro que precisamos! Mas só sentimos isso por que o próprio capitalismo criou as condições para que precisássemos. Grandes empresas foram criadas e se tornaram hegemônicas antes do advento dos computadores. Mas hoje, elas próprias não vivem sem a computação...
Vou dar outro exemplo, dessa vez um pouco mais palpável... Um empresário decidiu abrir uma lavanderia em uma cidade do interior de Minas Gerais. Cidade pequena, conservadora... pra que isso? Afinal as mulheres do local foram, desde pequenas, treinadas para serem donas de casa. Mesmo assim o cara continuou com o projeto... Em um ano, estava rico, lavando a roupa da cidade toda... O que ele fez? Fez uma bela campanha de marketing para convencer as mulheres que elas deveriam passar mais tempo se embelezando para seus maridos ou namorados e menos tempo se matando na lavanderia... Conquistou todas., simplesmente por que ele criou uma necessidade.
Pronto... Era aqui que eu queria chegar... A mentira, a enganação que eu disse do capitalismo são apenas artimanhas para que os grandes empresários, as mentes privilegiadas que conseguem entender o sistema consigam fazer dinheiro para si próprios através da fórmula da criação de necessidades que eu e você anteriormente sequer nos dávamos falta, porém, a partir de determinado momento, sentimos que não conseguiremos viver sem aquilo... Percebe?

FIM DA PARTE 1

Cristovam Ramos Neto

sábado, 28 de dezembro de 2013

O rebaixamento pode ser a salvação de um time. Ou ainda: Quando um benefício momentâneo pode se tornar um malefício duradouro.

Tudo bem que criamos esse blog para falar de temas contábeis, econômicos e administrativos. Porém, cremos ser uma boa idéia comentar os fatos relativos ao final do Campeonato Brasileiro, uma vez que, tratando um clube de futebol como empresa, da forma como realmente deveriam todos ser tratados, podemos chegar a conclusões interessantes.
Como todos sabem, o STJD negou o recurso que poderia reverter a decisão anterior, mantendo a Portuguesa na Série A e voltando o Fluminense a condição anterior, de rebaixado. Não convém ficar aqui debatendo a moralidade da decisão e outras questões jurídicas, quero apenas falar da situação da instituição Fluminense Football Club, sob uma ótica empresarial, como já disse.
Para começar, o óbvio: é péssimo um time grande ser rebaixado... Seria algo como uma empresa pedir falência. Todos se decepcionam, todos se sentem fracassados. Mas há algo que torna o clube de futebol muito mais blindado a essa situação que a empresa: o clube tem torcedores, não apenas clientes. Mesmo que o clube trate (corretamente) o torcedor como cliente, como uma fonte de receita, este não é um cliente normal, uma vez que não abandonará o clube por causa da queda para a série B. Um cliente fiel abandona uma empresa por causa de uma denuncia de qualquer... O torcedor não abandona, muito menos muda de clube, jamais.
E aqui chegamos no ponto controverso: A queda para a série B só faz bem para um clube! Ou pelo menos deveria... Fora as questões relativas a raiva da torcida no momento da queda, o fato é que os clubes grandes deveriam aproveitar essa aparente desgraça! Vamos aos fatos:
1-      Quando um clube grande cai, sua principal fonte de receita, que é o dinheiro recebido da Globo pelos direitos de transmissão, não diminui! Os contratos que envolvem clubes grandes dizem que, havendo queda, a Globo pagará aos clubes, mesmo jogando a Série B, o mesmo montante que pagaria na Série A! Esse montante só diminui (em 25%) caso o clube não conquiste o acesso já no primeiro ano;
2-      Retomando a questão da fidelidade do torcedor, se o clube fizer um bom trabalho de Marketing, pode angariar uma boa receita com a adesão de novos sócios à programas de Sócio Torcedor. Afinal, é nessa situação que o sentimento do torcedor aflora. Analisando friamente, é melhor uma queda à série B que um período de anos com campanhas mornas. É o fato: no futebol brasileiro, vale apenas ser vencedor. Vejam o exemplo: Neste final de ano, o clube carioca que teve maior ganho de novos sócios foi o Vasco, que acabou rebaixado... Seguido do Fluminense, que também seria rebaixado... O Botafogo, que se classificou para a Libertadores 2015, ficou no zero, enquanto o Flamengo, maior torcida do Brasil e atual campeão da Copa do Brasil, perdeu mais sócios que ganhou.
3-      Vejamos o Corinthians! Sinceramente, onde podemos encontrar um exemplo como esse? São raras as instituições que chegaram ao fundo de poço e, logo depois, alcançaram o topo em suas atividades. O exemplo desse time é o mesmo do Ronaldo Fenômeno: Caiu, levantou, caiu de novo... E teve forças para chegar ao topo!
4-      Todo time grande que joga a série B acaba passando uma espécie de lua de mel com a torcida. Mais ou menos a mesmo situação de quando você briga com sua mulher e depois vem todas as benesses da reconciliação. O Vasco caiu e, na Série B, criou o bordão “O sentimento não pode parar”, que dura até hoje. O Galo encheu seus cofres com a campanha da volta à série A, chegando ao absurdo de lotar dois estádios no dia do último jogo... O Palmeiras também obteve grande receita com bilheterias...

Portanto, todo meu argumento se baseia no fato de que uma situação que se apresente ruim não é, necessariamente, algo negativo. Principalmente se estamos falando de uma empresa, é fato que uma queda pode representar uma chance para subir... Uma crise é a melhor oportunidade para crescer. Entenda isso Fluminense! Mesmo que alguns de seus torcedores comemorem a manutenção do time na série A, o fato é que vocês, além de perderem uma grande oportunidade de deixarem de ser dependentes da Patrocinadora, estão cavando a própria cova, uma vez que se tornam a ovelha negra do futebol brasileiro. Vocês são, hoje, o time que todos odeiam, quando poderiam ser mais um time grande a subir jogando a série B e aproveitando todas as benesses que isso proporciona! Que chance perderam hein?


Cristovam Ramos Neto

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Nosso país deixará o 3° Mundo quando nosso povo começar a agir como povo de 1° Mundo





Creio que a maioria das pessoas que usam a internet viram ou ficaram sabendo desses dois vídeos, mas assim mesmo farei um resumo: No primeiro uma senhora pobre, beneficiária do Bolsa Família, reclama que o valor mensal do benefício (que deveria ser voltado para a erradicação da fome e da pobreza extrema) não dava para comprar uma calça para a filha, já que a roupa custa 300 reais. No outro, um empresário esbanja toda a sua riqueza, mostrando sua Ferrari, seu gosto “refinado” e os limites que impõe a si mesmo quanto o assunto é o gasto em uma noite. Qual a relação entre eles? A relação entre eles é a seguinte: É o Brasil!
Nosso país é simplesmente a nação mais contraditória do planeta. E isso vem de séculos. Temos coisas e condições maravilhosas que andam de mãos dadas com coisas ridículas. Somos uma nação que, antes, conquistou a Independência sem uma guerra sangrenta, ao mesmo tempo que se tornou uma nação comandada pelo filho do rei que nos comandava anteriormente.  Agora, somos uma nação que deu ao mundo um fenômeno capitalista como Jorge Paulo Lemann, ao mesmo tempo que demos a esse mesmo mundo o Eike Batista, cuja carreira, hoje, em dia, nos permite dizer que sua maior conquista foi mesmo a Luma de Oliveira.
E qual é a grande contradição de hoje? Nossa contradição mais difundida, a nossa âncora, o nosso ponto do meio, aquele que não permite ir pra frente nem voltar atrás, é o Bolsa Família! Exato! Esse programa voltado para acabar com a fome e a miséria extrema simplesmente não funciona se pensarmos em termos de um futuro digno para a população em geral.
São vários pontos que confirmam essa afirmação. Podemos usar várias frentes de raciocínio para manter nosso argumento. Em primeiro lugar, podemos usar o raciocínio econômico: O Bolsa Família se resume a um repasse de dinheiro para uma determinada família que comprove ter baixa renda. Ok, bonito. Porém, onde esse dinheiro é gasto? O governo não liga. De fato, o pai de família pode pegar esse dinheiro  e gastar todo ele em um bordel qualquer. Ou ainda pode gastar comprando roupas para a filha, mesmo que uma calça jeans para uma moça de 16 anos custe mais de R$300,00. Perceberam a falta de esperteza? O governo não é capaz nem de solicitar uma nota fiscal que seja, algo que comprove que aquele dinheiro, de certa forma, entre novamente na economia. Nada disso... O importante é o cidadão receber o dinheiro....
Podemos também utilizar um aspecto psicológico para justificar nossos argumentos. Afinal, por que não lembrar daquele velho ensinamento que diz que é melhor ensinar um homem a pescar que dar-lhe um peixe? Há coisa mais verdadeira na sabedoria popular? Claro que não há! Inclusive, um ex-presidente da Republica, em plena campanha, criticou o presidente em exercício dizendo que esse tipo de benefício deixava o “caboclo” preguiçoso, sem vontade de plantar macaxeira... Perfeito!
E é neste ponto que as coisas ficam nebulosas para a nossa nação (incluindo aí as próprias pessoas que recebem o benefício).  Simplesmente dar uma grana para um cidadão comprar comida para a família não passar fome é uma medida, entendo, simplesmente emergencial. É algo que faz a fome ser amenizada no curto prazo, porém não é capaz de exterminá-la a longo prazo simplesmente por que não permite que o cidadão seja capaz de cuidar da própria família através do seu trabalho. Como já foi dito anteriormente, o “cabra” fica, sim, com preguiça de plantar macaxeira.
Isso é tão nefasto, tão injusto, que eu lhe convido a se colocar nessa situação... Já imaginou ser dependente de um cidadão que é dependente de esmolas do Estado? Já pensou não ser capaz de sustentar a própria família e acabar dependendo da boa vontade de políticos que não querem o seu bem estar, querem apenas o seu voto?
Insisto: Criamos uma geração dependente do Estado, sem vontade de crescer, sem vontade de oferecer o melhor pra si e para os seus. Eles contabilizam essa esmola do governo como algo obrigatório, o que mina sua vontade. Infelizmente, chegamos a um ponto em que isso simplesmente parece não ter volta.
E é por essas e outras que o crescimento do país é algo aleijado, é algo que acontece. Segundo nosso próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, o crescimento do país ocorre com as duas pernas mancas. E ele diz isso sabendo que está no comando da economia há quase uma década!
Portanto, não da para crer no país de forma macro, apenas de forma micro. Temos pessoas trabalhadoras, temos mentes diferenciadas... Podemos chegar longe. Se quer fazer algo pelo país, faça por você mesmo... Só assim você, e não a massa, guiará a nação rumo ao primeiro mundo.


Cristovam Ramos Neto